Mês do orgulho e representatividade LGBTQIA+. Entenda um pouco mais sobre essa história

Mês do orgulho e representatividade LGBTQIA+. Entenda um pouco mais sobre essa história

“Nós da A Psicanalista Online apoiamos todas as formas de amar e lutamos pela igualdade”, disse a idealizadora do projeto Elisângela Siqueira.

Sabemos que só a informação é capaz de desconstruir o preconceito. Se olharmos com atenção, o próprio termo fala por si só: pré (antes, a frente) + conceito = PRECONCEITO. Sendo assim, significa escolher algo ou emitir opinião antes de conhecer os fatos ou expressar uma ideia sem ter fundamentos.

Em tempos tão dolorosos, mais do que nunca precisamos de amor, pois é este que nos alivia e traze alento aos nossos dias. Nós da A Psicanalista Online apoiamos todas as formas de amar e lutamos pela igualdade, pelo direito da coletividade com o objetivo de ajudar a desfazer essa segregação e construir um mundo acolhedor para todos nós humanos, trouxemos informações importantes sobre o mês do Orgulho LGBTQIA+, que é uma história de resistência, de dores e confrontos pelo simples direito de poder ser quem se é.

Junho é o mês que acontecem diversas ações ao redor do mundo da comunidade LGBTQIA+ e comemoram o orgulho e a cultura de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgênero, intersexo e de outros grupos pertencentes a essa coletividade.

Propriamente, no dia 28 junho de 1969, nos Estados Unidos houve uma série de manifestações violentas à comunidade LGBTQIA+ devido a invasão da polícia de Nova York em um bar localizado em Manhattan. O local era frequentado majoritariamente por homossexuais e a região já era conhecida como “gueto homossexual”.

As forças policiais invadiram na tentativa de reprimir a concentração de gays e lésbicas no recinto, entretanto a polícia encontrou resistência por parte dos frequentadores e essa batalha durou um final de semana inteiro. Esse conflito trouxe outras questões importantes como os direitos e as políticas para esse grupo, mostrando a importância de rever as velhas estruturas de poder.

Esse movimento foi um marco fundamental para a libertação gay, contribuindo de forma maciça a possiblidade da comunidade ter uma nova identidade social e não pertencer mais ao grupo de desviados. Trouxe visibilidade a comunidade LGBTQIA+ e necessidade de lutar pelos direitos dessa população. Assim, depois dessa manifestação, foram surgindo organizações para dar representatividade à essa coletividade e suas necessidades.


A Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo é considerada uma das maiores do mundo.

A Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo é considerada uma das maiores do mundo.

No Brasil, no final da década de 1970 e início da década seguinte, em São Paulo capital, aconteceu a primeira organização de ativismo homossexual, vislumbrando a inclusão dos homossexuais como sujeitos de direitos. A primeira Parada Gay de São Paulo tem seu início em 28 de junho de 1996, com uma concentração na Praça Roosevelt e sua chamada aludia as revoltas de Stonewall. No entanto, outros pontos da cidade bares, boates e calçadas ficaram tomados.

Os organizadores do evento entenderam que seria mais conveniente usarem a Avenida Paulista, mas o poder público e a CET (Companhia de engenharia de tráfego) não autorizaram e apesar da negativa, cinco grupos ocuparam o maior centro financeiro de São Paulo para comemorar o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ e aproximadamente duas mil pessoas seguiram o evento até a Praça da República. 

Parada LGBTQIA+

No ano seguinte, 28 de junho de 1997, perto das 14 horas do domingo a Avenida Paulista já estava tomada por trios elétricos, grande número de gays, lésbicas, travestis e drag queen. E também fazia parte dessa multidão, aproximadamente três mil e quinhentas pessoas, os PUNKS (que também participaram no ano anterior), anarquistas, militantes da CUT e partidos políticos como PT e PSTU. 

Nos anos seguintes, o movimento da Parada LGBTQIA+ foi se formando e se fortalecendo em outros estados, como o Rio de Janeiro. Em 2021, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ será on-line devido aos protocolos sanitários de combate à pandemia de Covid-19. No ano passado (2020), o evento já aconteceu de forma virtual.

 

Texto: Elisângela Aparecida Siqueira – Psicóloga, psicanalista e idealizadora da A Psicanalista Online

Referências para construção do texto: “O mito da multidão: uma breve história da parada LGBT de São Paulo”. Autor do trabalho: Ronaldo Trindade – Universidade Nove de Julho.

Crédito imagens: Pixabay