A campanha Setembro Amarelo apresenta a sociedade esse assunto doloroso e complexo. No entanto, é preciso refletir sobre o suicídio e pensar como podemos amparar e cuidar dos nossos jovens.
O suicídio é um fenômeno humano, pois é inerente aos que se angustiam. As causas são multifatoriais, tais como: transtornos mentais, doenças terminais, situações de exclusão social, violência domiciliar, miséria, entre outros. Mas, o que há de igual entre todas as pessoas que pensam ou cometem o suicídio é a desesperança e o desamparo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em média 32 pessoas tiram suas próprias vidas por dia no Brasil. É a terceira maior causa de morte no país, a frente estão homicídios e acidentes de trânsito e é a segunda maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos.
A adolescência é um período marcado por conflitos internos, marca a saída da infância e a preparação para entrar na vida adulta, gerando a sensação de perda de proteção dos pais e traz a necessidade de desenvolver autonomia, a construção de uma identidade e a necessidade de pertencer a algum grupo.
E em tempos de internet e redes sociais, se faz necessário dizer que não é raro encontrarmos notícias sobre adolescentes que cometeram suicídio depois de sofrerem cyberbullying. Essas são situações opressoras semelhantes ao bullying, entretanto as agressões físicas e verbais são substituídas por agressões virtuais. Como sabemos, a internet compartilha conteúdos com extrema rapidez e pode atingir milhares de pessoas em segundos.
Estudos recentes afirmam que o Cyberbullying afeta de 20 a 35 por cento dos adolescentes e está diretamente ligada a tristeza, medo, stress, sensação de menos valia, ansiedade e tantas outras emoções negativas.
Quando a vítima dos ataques na internet está fragilizada, sua saúde mental fica ainda mais prejudicada, desenvolvendo transtornos mentais mais graves e quando associada ao uso ou abuso de substâncias psicoativas, aumenta-se a chance de ideação suicida e de tentativas de suicídio.
No Brasil, a nossa primeira rede social surgiu em 1997 que era o ICQ e no ano de 1999, o MSN Messenger. Portanto, faz 24 anos que utilizamos as redes sociais, mas será que sabemos nos comportar e educar nossos filhos para utilizarem de forma correta? Vamos refletir sobre isso?
Muitas pessoas esquecem que atrás da tela existe uma pessoa de carne, ossos e sentimentos. Em tempos de amizades e relações virtuais, é importante lembrar que a mesma forma que nos comportamos no mundo real precisa ser usado nas redes socais.
Confira 6 dicas para usar melhor as redes sociais:
- Tenha empatia pelas postagens das outras pessoas, pois a rede social é pessoal e cada um posta conteúdos que mais se identificam;
- Se tiver o desejo de debater ideias que são diferentes das suas, os faça de forma respeitosa para que seja uma troca rica em conteúdo;
- Não compartilhe publicações que dissemine o ódio e ou notícias falsas;
- Seja gentil e cauteloso quando for comentar a publicação das pessoas;
- Se você se sente incomodado com as publicações ou é atacado por algum amigo, bloqueie, sem pensar duas vezes, pode ser a garantia de sua saúde mental;
- Caso sofra cyberbullying, você pode fazer um boletim de ocorrência para se proteger e penalizar de forma adequada as pessoas que ainda estão aprendendo a usar as redes sociais.
Se interessou pelo assunto? Leia aqui nosso outro texto sobre suicídio e a importância do setembro amarelo.
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Texto: Elisângela Siqueira – Idealizadora do projeto A Psicanalista Online
Imagem: Pexels