A pandemia acarretará um grave impacto para a saúde mental das pessoas. Isso tem sido noticiado por diversas instituições de pesquisas e é observado de perto pelos profissionais de saúde mental.
Depois de mais de um ano sem aulas presenciais, ainda não se sabe ao certo os prejuízos psíquicos que crianças e adolescentes enfrentarão em um futuro próximo na educação. Afinal, a escola vai além da aprendizagem e é um espaço de socialização, pertencimento, enfrentamento de conflitos, exercício dos horários/regras da instituição, estabelecimento de vínculos e toda a complexidade que envolve o ato de frequentar um colégio.
Nesse momento, com a retomada do ensino híbrido, que é uma metodologia que alterna entre práticas on-line e presenciais, existem crianças e adolescentes que não se sentem preparados para saírem de casa e frequentar as aulas presenciais. É cada vez mais comum o desânimo, ansiedade, medo, insegurança e tristeza apresentadas por essa faixa-etária da população.
Os profissionais de saúde mental têm usado para esse fenômeno o termo “Síndrome da Gaiola”, uma expressão que não necessita de grande explanação e faz referência ao fato da gaiola ser aberta e a recusa de deixá-la. Ao que tudo indica, quem estabeleceu esse termo foi o Gabriel Lopes, médico psiquiatra da infância e adolescência da ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria.
Ainda, crianças e adolescentes com pré-disposição para transtornos mentais ficaram mais vulneráveis nesse momento de pandemia por conta da socialização, que nos ajuda a desenvolver habilidades para a boa convivência e que também é um fator de proteção psíquica e, infelizmente, não é permitida neste momento de isolamento devido à proteção do vírus Covid-19.